quinta-feira, 28 de julho de 2011

                                        20 anos sem Nara Leão





"Os militares podem entender de canhão e metralhadora, mas não pescam nada de política". Foi com essa frase dita no conturbado show Opinião que Nara Leão alcançou o sucesso e a popularidade no mundo da música. Ela foi, talvez, a primeira cantora a incorporar ao seu canto, um repertório de convocação política à resistência democrática recém iniciada no Brasil, alguns meses depois do golpe.

Bela e forte- Nara carregou por anos o rótulo de musa da bossa nova. O biógrafo Cabral acredita que num primeiro momento a cantora não passasse de um mascote do movimento. Foi quando, ainda adolescente, passou a reunir em seu apartamento a nata daquela geração, Roberto Menescal, Carlos Lyra, Sérgio Mendes e Ronaldo Bôscoli, entre outros, em torno de longas noites de voz, violão e bossa. "No começo o pessoal não acreditava muito nela, e ela própria tinha dúvidas sobre isso", aponta o escritor.
A dona de voz suave e discreta mas que fez mais barulho do que todos os outros integrantes da bossa nova, ao se aproximar do samba, nadou contra a maré e se engajou na luta por justiça social, tendo como principal arma, a música. Depois do golpe militar, Nara troca farpas com os militares, chegando quase a ser enquadrada na lei de segurança Nacional. Porque quando o assunto era oposição, não se tratava de eufemismos. Um dos ápices da biografia de Nara Leão veio quando em uma entrevista ela defendeu a saída dos militares do poder e para colocar mais pólvora na fogueira pediu a extinção das Forças Armadas no Brasil.
Tamanhos feitos renderam uma séria ameaça de prisão à cantora. Ela foi perseguida a ponto de fazer com que dezenas de intelectuais brasileiros fossem em procissão para sua casa, lhe prestar apoio. O poeta Carlos Drummond de Andrade foi ainda mais longe. Ele escreveu uma carta em forma de poema endereçado ao presidente, o Marechal Castelo Branco.
Nara Leão morreu na manhã de 7 de junho de 1989 vítima de um tumor inoperável aos 47 anos de idade. Seu último disco foi My foolish heart em que interpretava versões de clássicos americanos. O poeta Ferreira Gullar escreveu: "Sua voz quando ela canta, me lembra um pássaro mas não um pássaro cantando: lembra um pássaro voando".

PROFESSOR, PROFETA DA ESPERANÇA

 

O artigo publicado na edição de 22/09/2009, na seção "Do Leitor", escrito por Lenildo Santana, padre da Diocese de Juína, trata de um assunto que, apesar de já ter virado "clichê", permanece sem mudança: A Qualidade da Educação. Valorização profissional, não só através de salários mais dignos, como condições de trabalho, classificadas no mínimo como mais humanas, poderia ser o primeiro passo para se ter uma educação melhor. Como condições de trabalho, destaco o espaço físico. Como conceber que numa cidade como a nossa Cuiabá, onde a temperatura beira os 40 graus com frequência, ministrar, construir conhecimentos em salas de aula com 40 alunos em média, com ventiladores barulhentos, que o que menos fazem é ventilar, e que às vezes não há água na escola, e quando há, professores são orientados pela direção e coordenação pedagógica para NÃO permitir que os alunos saiam da sala de aula para BEBER ÁGUA.
Isso tudo é uma nova forma de opressão da nossa categoria, parece que a memória das pessoas esquecem que "Os docentes são a argamassa da construção intelectual, o alicerce da vida profissional". (Quer saber mais, leia o artigo na íntegra.)

                           Para descontrair...

Uma das formas de fazer humor é explorar os sentidos das palavras, a história a seguir é um exemplo.


                                  FÉRIAS DO CASAL

Por problemas de trabalho, a mulher não pôde viajar com seu marido,
deixando para ir uns dias depois.
Quando o homem chegou e foi para o seu quarto do hotel, viu que havia um
computador com acesso à Internet.
Decidiu então, enviar um e-mail a sua mulher, mas errou uma letra sem se
dar conta e o enviou para outro endereço..
O e-mail foi recebido por uma viúva que acabara de chegar do enterro do
seu marido e que ao conferir seus e-mails, desmaiou instantaneamente.
O filho encontrou a mãe desmaiada, perto do computador, que na tela
poderia se ler:
'Querida esposa: Cheguei bem. Provavelmente se surpreenderá em receber
noticias minha por e-mail, mas agora tem computador aqui e podemos enviar
mensagens às pessoas queridas.
Acabo de chegar e já me certifiquei que já está tudo preparado para você
chegar na sexta que vem.
Tenho muita vontade de te ver e espero que sua viagem seja tão tranqüila
quanto foi a minha'.
PS: Não traga muita roupa. Aqui faz um calor infernal.
                                                          TUTORA -AMIRLENI DA CUNHA,GESTARII 2011 

                                 Este sim é um advogado de defesa....



                        Drummond sai em defesa de Nara
"Meu honrado marechal, dirigente da nação, venho fazer-lhe um apelo: não prenda Nara Leão.
A menina disse coisas de causar estremeção?
Pois a voz de uma garota abala a Revolução?
Narinha quis separar o civil do capitão?
Em nossa ordem social lançar desagregação?
Será que ela tem na fala, mais do que charme, canhão?
Ou pensam que, pelo nome, em vez de Nara, é leão? (...)
Que disse a mocinha, enfim, de inspirado pelo Cão?
Que é pela paz e amor e contra a destruição?
Deu seu palpite em política, favorável à eleição de um bom paisano isso é crime, acaso, de alta traição?
E depois, se não há preso político, na ocasião, por que fazer da menina uma única exceção? (...) Nara é pássaro, sabia?
E nem adianta prisão para a voz que, pelos ares, espalha sua canção.
Meu ilustre Marechal dirigente da nação, não deixe, nem de brinquedo, que prendam Nara Leão".
(Poema escrito e enviado por Carlos Drummond de Andrade ao então presidente do Brasil, Marechal Costa e Silva, em 1967)

                                   O Enigma em Fernando Pessoa



O Enigma em Fernando Pessoa

Se estivesse vivo, o poeta português faria 121 anos
"...Para que fosses nosso, ó mar!.."

"Se depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia, Não há nada mais simples. Tem só duas datas - a da minha nascença e a da minha morte. Entre uma e outra todos os dias são meus". O autor da estrofe é, simplesmente, um dos maiores poetas da Língua Portuguesa no século 20, com valor artístico comparado à Camões e Pablo Neruda. Às vésperas do aniversário de seu nascimento, 13 de junho de 1888, a obra deixada pelo poeta da terrinha continua emocionando e inspirando milhares de pessoas em todo o mundo.
A figura enigmática em que se tornou movimenta grande parte dos estudos sobre as suas obras, poemas, poesias e também sobre sua vida. Pessoa foi o o centro irradiador da heteronímia, auto-denominando o autor um "drama em gente". A história da existência deste poeta foi dedicada a criação em seu estado mais bruto e que, de tanto criar, criou outras vidas através dos seus heterônimos, o que foi a sua principal característica e motivo de interesse pela sua personalidade, aparentemente pacata e reclusa.
Alguns críticos repercutem se Pessoa realmente teria transparecido o seu verdadeiro Eu ou se os pensamentos deixados em inúmeros livros não seriam produtos, entre tantos de sua mente criativa. Ao tratar de temas subjetivos e usar a heteronímia, ele tornou-se enigmático ao extremo. Este fato é o que move grande parte das buscas para estudar a sua obra.
Pessoa fez um análogo à frase de Pompeu que disse que "navegar é preciso; viver não é preciso", Fernando afirmou no poema Navegar é Preciso, que "viver não é necessário; o que é necessário é criar". Outra interpretação comum deste poema diz respeito ao fato de a navegação ter resultado de uma atitude racionalista do mundo ocidental: a navegação exigiria uma precisão que a vida poderia dispensar.
Heteronômios- O nome de batismo Fernando António Nogueira de Seabra Pessoa não foi suficente para extravasar as diversas pessoas dentro de Pessoa. Entre heterônimos, pseudônimos e semi- heterônimos foram 72 nomes. Considera-se que a grande criação estética do poeta foi a invenção heteronímica que atravessa toda a sua obra. Os heterônimos, diferentemente dos pseudônimos, são personalidades poéticas completas: identidades que, em princípio falsas, se tornam verdadeiras através da sua manifestação artística própria e diversa do autor original. Entre os heterônimos, o próprio Fernando Pessoa passou a ser chamado ortônimo, porquanto era a personalidade original.Os três heterônimos mais conhecidos do artista foram Álvaro de Campos, Ricardo Reis e Alberto Caeiro. Um quarto heterônimo de grande importância na obra de Pessoa é Bernardo Soares, autor do Livro do Desassossego, importante obra literária do século XX. Usando de personalidades à parte, Pessoa conduziu uma profunda reflexão sobre a relação entre verdade, existência e identidade. Este último fator possui grande notabilidade na famosa misteriosidade do poeta. "Na tal falta de gente coexistível, como há hoje, que pode um homem de sensibilidade fazer senão inventar os seus amigos, ou quando menos, os seus companheiros de espírito?".
O lado ocultista- "Pensar em Deus é desobedecer a Deus, porque Deus quis que o não conhecêssemos, por isso se nos não mostrou". Fernando Pessoa possuía ligações com o ocultismo e misticismo, com destaque para a Maçonaria e a Rosa-Cruz, chegando a defender publicamente as organizações de iniciação, no Diário de Lisboa de 4 de fevereiro de 1935, contra ataques por parte da ditadura do Estado Novo. O seu poema hermético mais conhecido e apreciado entre os estudantes de esoterismo intitula-se "No Túmulo de Christian Rosenkreutz". O misticismo era tanto que Fernando tinha o hábito de fazer consultas astrológicas para si mesmo, ele realizou mais de mil horóscopos.
Morte- A mão que conseguia traduzir como poucos os sentimentos inquietantes mais particulares de cada indivíduo parou seus movimentos em 30 de novembro de 1935. Pessoa morreu de cólica hepática aos 47 anos na mesma cidade onde nasceu. Há registros de que sua última frase escrita foi em inglês: "I know not what tomorrow will bring... " ("Não sei o que o amanhã trará").
Mar Português(Fernando Pessoa)
"Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.."

Para refletir....

                               Jornal “A Gazeta”, Cuiabá – MT, Editorial

                                           Motivo para preocupação

                                                        Da Editoria

Um estudo realizado por pesquisadores da Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana (Ritla), revela um fato preocupante. O estudo, que recebeu o título "Violência e Convivência nas Escolas", revela um grande desestímulo dos professores em relação ao futuro dos estudantes brasileiros. O trabalho constata que mais de 60% dos docentes entrevistados têm certeza de que seus alunos vão abandonar os estudos para trabalhar.
Além disso, apenas 15% dos professores acreditam que eles vão terminar o ensino médio e encontrar um bom emprego. Os pesquisadores que trabalham nesse estudo revelam que apesar de ter sido realizada no Distrito Federal, a pesquisa da Ritla traz conclusões que se repetem em outros locais no país. Na verdade, essa visão replica o que acontece na sociedade. A falta de crença no aluno é a mesma falta de crença e de compreensão que cerca o jovem de forma geral. Isso é muito grave em um país em que o desemprego continua sendo um fantasma que o governo não consegue exorcizar e em que a educação não merece a prioridade devida.
Vale ressaltar que esse desestímulo demonstrado pelos professores entrevistados é uma panorâmica do que ocorre no Brasil, onde os profissionais da educação são pouco valorizados e as escolas púbicas carecem de investimentos em todos os sentidos. As escolas particulares, cada vez mais caras, estão longe da possibilidade da maioria dos filhos de famílias brasileiras. Uma grande parcela dos estudantes tem que trabalhar para ajudar no sustento da família e muitos ficam no meio do caminho, priorizando o trabalho.
Dessa forma, a resposta dos professores não é simplesmente pessimista, mas está contaminada pelo que eles veem todos os dias na escola. Uma outra pesquisa, divulgada em abril deste ano pelo Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), revela esses fatos e da mesma forma, geram preocupação. O levantamento mostra que o principal motivo da evasão escolar de adolescentes é a falta de interesse. Dos jovens de 15 a 17 anos que abandonaram a escola, 40,1% deixaram por desinteresse. O trabalho vem atrás - sendo motivo para 27,1%.
Há algo de errado no sistema educacional. É preciso rever essa situação e tratar logo de estimular os estudantes como também os professores, que tem responsabilidade fundamental nesse processo. A educação tem que ser prioridade. É bom que governo, políticos e a própria sociedade entendam isso de uma vez por todas.