quinta-feira, 28 de julho de 2011

Para refletir....

                               Jornal “A Gazeta”, Cuiabá – MT, Editorial

                                           Motivo para preocupação

                                                        Da Editoria

Um estudo realizado por pesquisadores da Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana (Ritla), revela um fato preocupante. O estudo, que recebeu o título "Violência e Convivência nas Escolas", revela um grande desestímulo dos professores em relação ao futuro dos estudantes brasileiros. O trabalho constata que mais de 60% dos docentes entrevistados têm certeza de que seus alunos vão abandonar os estudos para trabalhar.
Além disso, apenas 15% dos professores acreditam que eles vão terminar o ensino médio e encontrar um bom emprego. Os pesquisadores que trabalham nesse estudo revelam que apesar de ter sido realizada no Distrito Federal, a pesquisa da Ritla traz conclusões que se repetem em outros locais no país. Na verdade, essa visão replica o que acontece na sociedade. A falta de crença no aluno é a mesma falta de crença e de compreensão que cerca o jovem de forma geral. Isso é muito grave em um país em que o desemprego continua sendo um fantasma que o governo não consegue exorcizar e em que a educação não merece a prioridade devida.
Vale ressaltar que esse desestímulo demonstrado pelos professores entrevistados é uma panorâmica do que ocorre no Brasil, onde os profissionais da educação são pouco valorizados e as escolas púbicas carecem de investimentos em todos os sentidos. As escolas particulares, cada vez mais caras, estão longe da possibilidade da maioria dos filhos de famílias brasileiras. Uma grande parcela dos estudantes tem que trabalhar para ajudar no sustento da família e muitos ficam no meio do caminho, priorizando o trabalho.
Dessa forma, a resposta dos professores não é simplesmente pessimista, mas está contaminada pelo que eles veem todos os dias na escola. Uma outra pesquisa, divulgada em abril deste ano pelo Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), revela esses fatos e da mesma forma, geram preocupação. O levantamento mostra que o principal motivo da evasão escolar de adolescentes é a falta de interesse. Dos jovens de 15 a 17 anos que abandonaram a escola, 40,1% deixaram por desinteresse. O trabalho vem atrás - sendo motivo para 27,1%.
Há algo de errado no sistema educacional. É preciso rever essa situação e tratar logo de estimular os estudantes como também os professores, que tem responsabilidade fundamental nesse processo. A educação tem que ser prioridade. É bom que governo, políticos e a própria sociedade entendam isso de uma vez por todas.

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