segunda-feira, 28 de março de 2011

'' Gêneros Textuais Dircusando com Marcuschi.......''.!!!!!!!!!!!!!!!!

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Antes de desenvolver os três pilares que formam o foco de atenção do volume: produção de texto, gêneros textuais e processos de compreensão, Marcuschi fornece, na Apresentação e na Introdução Geral, orientações de leitura sobre a obra, destacando a perspectiva sociointeracionista de língua adotada bem como os objetivos pedagógicos do volume.
Na parte denominada Preliminares – Breve excurso sobre a lingüística no século XX, o autor discorre sobre o núcleo epistemológico da lingüística moderna. A ênfase recai nas perspectivas formalistas e funcionalistas da linguagem, com destaque para o estruturalismo, o behaviorismo e o surgimento dos cognitivismos. Só a partir de então ele entra nos conteúdos específicos.
Na parte 1, Processos de Produção Textual, Marcuschi retoma a noção de língua associando-a, agora, a questão do ensino através de textos orais e escritos, deixando clara a sua perspectiva de que o ensino de língua deve visar os usos linguísticos em situações sócio-comunicativas. O autor aborda ainda questões relativas ao texto e aos processos de textualização: coesão, coerência, intencionalidade, aceitabilidade, situacionalidade, intertextualidade e informatividade. As temáticas da Organização Tópica e do Processo Referencial são tratadas de forma a acentuar que tópico e referente não são entidades a priori, mas objetos discursivos construídos na interação.
Na parte 2, Gêneros Textuais no Ensino de Língua, Marcuschi chama atenção para a proliferação de publicações voltadas para o assunto bem como para as várias perspectivas de abordagem do tema, ressaltando a influência teórica de alguns autores: Bakhtin, Schneuwly/Dolz, Bronckart, Swales, Bhatia, Halliday, Adam, Bazerman, Miller, Fairclough e Kress. Uma observação de natureza discursiva importante é a de que “os gêneros se prestam aos mais variados tipos de controle social e até mesmo ao exercício de poder” (p.161). Para os casos em que há uma hibridização ou mescla de gêneros em que um assume a função de outro, o autor sugere a nomeação “intergenericidade”. A diferencição entre gênero textual, tipo texrtual e domínio discursivo é complementada pela reflexão em torno da noção ainda inacabada de ‘suporte’. Marcuschi propõe a divisão entre suportes de tipo convencional (que foram elaborados tendo em vista a sua função de portarem ou fixarem texos: livro, jornal) e incidental (suportes ocasionais ou eventuais), mas alerta que tais conceitos ainda são pouco claros ou precariamente definidos. Várias tabelas e gráficos exemplificam a distribuição de gêneros textuais escritos e orais dentro do contínuo fala/escrita e em domínios discursivos distintos. Bastante pertinente é a reflexão que se abre, com base em Dolz e Schneuly, para o “ensino por sequências didáticas”.


Na parte 3, Processos de Compreensão, o ato de compreender é conceituado a partir das noções de texto, contexto e inferência. Marcuschi propõe um quadro geral de inferências a partir de critérios de base textual (dedutivas, indutivas, abdutivas, condicionais, sintáticas, associativas, generlizadoras, correferenciais), contextual (intencionais, conversacionais, avaliativas, experienciais, esquemáticas, analógicas, composicionais) e sem base textual e contextual (falseadoras, extrapoladoras). Um destaque desta parte são as observações e a tipologia sugerida para as questões de compreensão nos livros didáticos.

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